Independentemente do meu estado de espirito escrevo:
Muitas das vezes sou confrontado na minha caixa de correio eletronico (tambem conhecido como mail, méile, é-mail, maili, etc) com chain-letters pedindo ajuda. Até aqui tudo bem, até porque não costumo acreditar nessas cenas e acabo sempre por nao reenviar.
Foi ao ler na diagonal um desses e-mails que me veio a cabeça escrever um para mim, a ideia não é nova certamente, mas a falta de entretem e o meu aborrecimento geral levou-me a isto. Não para pedir ajuda (acho eu) mas porque padeço de um mal, que desconfio, ataca muita gente.
Então aqui vai:
"Queridos amigos, chamo-me Anacleto Fisco, e sempre tive uma vida estavel, boa e austera, até que descobri que possuia a doença que mais maleficios a niveis sociais, e não só, trazia.
Desconheço como fui contagiado, e até os seus metodos de transmissão e propagação. Só sei que me foi diagnosticado no hospital, aquando da minha ida para tirar um furunculo no pé.
Vários momentos de introspecção, e muita memoria relembrada, foram passados, tentando descobrir os primeiros sintomas desta malograda doença. Foi então que apercebi.
Desde pequeno, que sempre fui considerado especial, um sinonimo com menor paternalismo que deficiente, e nunca me tinha conseguido aperceber o porquê. Desde os meus primeiros dias de aulas que demonstrava um atraso consideravel em relação aos colegas do mesmo ano, chegando várias vezes a faltar semanas às aulas por incapacidade causada pela doença. À medida que os anos foram passando, os sintomas foram crescendo, e alguns mesmo até se alterando. Por volta da minha puberdade, eu mostrava sinais de atraso de crescimento em algumas areas especificas do meu corpo, sendo uma delas o cabelo. Reprovei vários anos na escola e fiquei-me pela escolariedade obrigatória na altura, o 6º. Foi então que conhecia a minha primeira namorada, mais uma vez demonstrando um atraso em relação aos meus semelhantes no meu grupo de amigos, estando muitos deles já casados e com filhos. O atraso continuava-se a notar.
Entrando em areas mais pudicas, nunca consegui atingir o climax ao mesmo tempo que a minha companheira, contribuindo isso para aumentar a minha já fraca auto estima, e a gozação por parte da minha familia e amigos, coisa que nunca percebi como chegaram a saber.
Hoje, tenho um filho. A maioria dos meus amigos tem 3, o atraso até aqui se nota, sou careca, pois nunca me chegou a crescer cabelo farto, optando assim por o rapar, e tenho ainda o 6ºano. Sou operário fabril reformado, pois nunca me fora dada a hipotese de subir de escalão, não por falta de competências, mas porque o espaço de tempo para provar o meu valor era sempre pequeno, e o meu atraso não me deixava avançar profissionalmente.
Contada a minha história, e esperando ter-vos tocado no coração, agradeço desde já a vossa ajuda.
A minhas despedidas cordiais.
Anacleto Fisco
P.S.: Se por acaso estiverem intrigados sobre o mal que padeço, deixo-vos aqui o nome da malograda doença o médico chamou-lhe "Perguiça" e pelos vistos manifesta-se numa enorme vontade em não fazer nada e deixar tudo como está."
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